quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Guerra contra o terror: podemos vencer,mas,por enquanto,fracassamos porque estamos agindo da maneira errada.

O eterno dilema da conquista: se eu avançar posso obter cada vez mais riquezas,mas,à medida que eu continuo avançando,os estenuantes recursos esgotados para a implementação da guerra e as rebeliões promovidas pela resistência dos povos conquistados acabam forçando o império a cortar na própria carne,tomar medidas impopulares (aumento de impostos,alistamento militar obrigatório...) e a atentar contra aqueles que,em suma,deveriam ser o sustentáculo de sua própria glória. Em suma,prosseguindo em sua política imperialista,os americanos começam a sentir os efeitos da insurgência iraquiano-afegã,e,os americanos,que sempre estiveram acostumados a viver em sua terra de liberdade,agora começam a sentir na pele os efeitos de um regime que está se convertendo em uma das ditaduras mais brutais (quebra de sigilo bancário,fiscal e telefônico sem autorização judicial,abertura de processo criminal sem autorização da justiça,ostensiva vigilância militar e policial,e um eterno clima de medo e insanidade). Prédios públicos das grandes cidades americanas e européias podem ser atacados a qualquer momento,e o pânico rondeia os cidadãos. O exapansionismo pode ser um fator esplendoroso,mas tem um preço,potências da antiguidade também sentiram os prazeres do enorme afluxo de riquezas que desmbocavam em suas nações,mas também o gosto amargo do desagregar de seu baluarte e pelas práticas brutais a que eram submetidos quando caíam nas mãos de seus próprios inimigos,vendo muitas vezes perder tudo aquilo o qual tinham conquistado. A ameaça do terrorismo é real,mas esse tipo de abordagem não pode ser aplicada como um revanchismo aos povos que muitas vezes são vítimas deles.

A ocupação americana do Iraque
A ocupação militar dos E.U.A no Afeganistão (2001) e Iraque (2003),revelaram dois aspectos importantes dos interessados na ocupação: Os interesses do complexo militar norte-americano,cujas atividades representam cerca de 1/5 do PIB do país,e das empresas petrolíferas,que,de tanto esperar,puderam participar de leilões para poderem explorar petróleo no país. Seja os interesses do militarismo,seja os interesses da indústria petrolífera,dois setores ambos concentradores de renda e que não contribuem em nada para o desenvolvimento social de
um país,ambos antagônicos com os interesses do Iraque e simbióticos com os interesses das grandes corporações norte-americanas,contribuem para um modelo de maior desigualdade econômica e injustiça social. Vale lembrar que as instituições iraquianas entraram em frangalhos,e a onda de violência enxotou do país cerca de 2,5 milhões de iraquianos,tratados como lixo por todos aqueles que foram responsáveis por essa tragédia (E.U.A e Europa). Beneficiados por um período de relativa estabilidade no regime de Saddam Russein,agora desfruta do caos e da instabilidade promovida pelo radicalismo islâmico.

Táticas de guerra que podem levar a derrota do terrorismo

1 - Unir forças com a população local: O unilateralismo nunca é o melhor conselheiro,prova disso é a derrota do Paraguai na guerra que durou de 1864 a 1870. Uma nova abordagem para com o povo iraquiano poderiam transformá-los em nossos aliados,cessando hostilidades e esvaziando o ideal extremista. Enquanto continuarmos com nosso ideal de truculência e inquisicionismo só alimentaremos ainda mais o ódio do povo iraquiano,fortalecendo o idealismo revolucionário ( A Al-Qaeda aumentou em três dígitos seu número de agências terroristas após as duas guerras do Afeganistão e Iraque).

2 - Acabar com o inquisicionismo e a proselição cultural: O iraque é um mosaico de culturas e tradições locais. Fora as dois setores citados acima,o radicalismo religioso de organizações religiosas cristãs tenta demonizar uma das maiores belezas culturais da história,a herança árabe da cultura iraquiana,abolir os tribunais islâmicos,substituindo-os por um regime de pseudomoral,hipocrisia e ignorância. Pagamos um preço alto por isso. A herança maldita do catolicismo nos condenou ao vicio do álcool,a vulgaridade,ao mentir necessário e a nos tornarmos o país que tem a maior concentração de renda no mundo. Substituir uma milenar riqueza cultural,ainda inexplorada pelo homem,para substituí-la por uma fé mercenária e sadomazoquista é o que o povo iraquiano nega com veemência. O fim da riqueza cultural iraquiana,a instituição da podridão moral típica do ocidente,iraquianos,resistam!!!


Pois é,destruir essa enorme riqueza cultural e substituí-la por um bando de baboseiras religiosas
é uma coisa que eu não quero,o povo iraquiano também não.


3 - Não existe modelo absoluto,por um modelo autônomo de desenvolvimento do povo iraquiano: Não existe modelo absoluto,o ocidental muito dificilmente poderia preencher esse requesito. Por exemplo,na Nigéria religiosos islâmicos rejeitam o modelo de educação ocidental,pelo fato de não acreditarem num modelo que impõe um ateísmo cenil combinado com escancarada adoração ao iluminismo,além disso podemos nos gabar de ter criado fórmulas matemáticas formidáveis,como logarítmos,derivadas,integrais,os binários,além de equações que jamais poderiam ser sonhadas pelos antigos,mas os árabes difundiram os algarismos arábicos,a fração,bháskara,a álgebra e o número zero (uma espécie de símbolo para preencher a lacuna dos espaços vazios,onde não há números),sem eles os ocidentais não poderiam sequer idealizar essas fórmulas,ou elas jamais passariam de uma mera teoria. Como pode ver o conhecimento humano é um eterno castelo construído tijolo a tijolo com a contribuição de todas as civilizações,nenhuma civilização consegue dar o seu passo sem a contribuição da anterior,portanto,não somos melhores nem piores do que ninguém. Os países europeus construíram um modelo de desenvolvimento errôneo e completamente insustentável,onde a taxa de natalidade abaixo do nível de reposição e a elevada idade para a concepção dos filhos produz uma sociedade extremamente idosa,reduzin-
do a produtividade e a competitividade com outros países,a indiscriminada exploração dos recursos naturais e minerais alavancam formidavelmente os lucros,mas também a concentração de renda e os efeitos deletérios que causamos a natureza,como o aquecimento global,a contaminação dos lençóis freáticos e a poluição e destruição do meio ambiente. O iraque tem um modelo alternativo de desenvolvimento,mais próximo dos tempos imperiais,mas isso não justifica
a adoção de um capitalismo selvagem,com a formação de oligopólios (estágio primário do capitalismo) e a adoção de inúmeras atividades da economia por poucos setores,nem a criação de um empório com amplos direitos para as mulheres e a adoção de um modelo de vida surreal,com salários astronômicos e cidades saídas de contos de ficção científica. A estatística mostra que é impossível construir a todas as 6,5 bilhões de pessoas e as gerações do porvir o mesmo nível de vida dos povos norte-americanos e europeus,é preciso encontrar alternativas para um novo modelo de desenvolvimento econômico que seja mais sustentável e menos lesivo ao meio ambiente. Impor a um povo estrangeiro um modelo cego de desenvolvimento,que despreza a opinião até de facções moderadas locais,impõe regras,diz o que fazer,tenta descontruir um modelo cultural e nacional o qual educou muitos de nossos antepassados (horas,minutos,segundos ; a circunferência de 360°),por um modelo científico ateu e desvinculado da antropologia local,suprime leis,impõe leis,obriga pessoas a seguirem uma série de determinações externas. Vocês não gostariam que Osama Bin Laden invadisse o Brasil e instituísse um decreto proibindo o carnaval,assim como os iraquianos não desejam isso. Se reduzir a um pseudo-estado controlado remotamente pelos países desenvolvidos só contribui para alimentar a sanha do terrorismo iraquiano,e o ódio dos muçulmanos contra o ocidente.

Pretendo falar mais da cultura iraquiana nos próximos posts,por enquanto prefiro apenas falar do drama que aflige esse povo!!!

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