sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Análise Crítica da Participação do #NOVO nas eleições 2018.

  Esse post dedica-se a refletir sobre os rumos decepcionantes - ante a grande expectativa e potencial do mesmo - da candidatura, e resultados eleitorais obtidos pelo NOVO, nas eleições de 2018. Com 8 deputais federais, e 12 deputados estaduais eleitos - era para ser, pelo menos, o dobro - a interferência esdrúxula de seu presidente, falta de divulgação das bancadas, e um tom absolutamente elitista e descolado da realidade social do brasileiro, resultou no desempenho pífio, aquém do esperado, de Amoêdo e sua turma, tal como nas eleições municipais passadas, o qual transformará o partido em uma eterna promessa, mas sem resultados concretos.




 A atuação ESDRÚXULA de seu presidente: Tumultuou o horário eleitoral, atrapalhou candidaturas de esquerda, entregou-nos a bancada mastodôntica do PT.
  Se existe um culpado pelo desempenho esdrúxulo do Partido Novo, este se chama João Amoêdo. Repetindo desempenho ridículo das eleições de 2016, onde indicou CINCO candidatos a prefeito nas capitais, sendo todos derrotados em 1º turno com votações pífias, e fez apenas 4 vereadores em três municípios. O NOVO, sempre carrega este legado e otimismo delirante, auto-engano e mistificação. A culpa é de tudo, pois, afinais de contas, somos "novatos", temos "poucos recursos", temos "pouca estrutura" e "pouca divulgação" - mesmo sendo um dos partidos com maior número de seguidores nas resdes sociais, e com milhares a milhões de militantes e apoiadores espalhados pelo país - e, mesmo assim, os resultados foram "maravilhosos". O problema do NOVO, é a forma como o seu presidente, João Amoêdo, vem tratando o partido.
  Desenhado com um partido de gestão mais inovador, constituída de uma hierarquia em caráter horizontal, com importantes críticas e discussões, para tomada de decisão, de seus membros, e ampla participação interna, a estrutura vem se concentrando e hierarquizando-se cada vez mais na figura de seu presidente, João Amoêdo, que encaminha-se mais para ser um grande donátário de seu partido, uns desses "Levi Fidelix" da vida, como tantos outros partidos de aluguel que existem por aí. Amoêdo, nestes últimos anos, vêm concentrando cada vez mais poder em torno de si, e de seus aliados mais próximos, esvaziando a autoridade e relevância dos demais órgãos de governança e controle presentes no Estatuto. Esse excesso, esta esdrúxula centralização nas mãos do "old capo", é que vem prejudicando e muito a estratégia de crescimento do NOVO, uma vez, que, ao invés de focar a sua função primordial, de constituir relevantes bancadas nos poderes legislativos de diversos locais, focam-se muitas vezes em estéreis, e insignificantes candidaturas a nível executivo, esvaindo-se recursos precisos a fundo perdido, fazendo seu potencial corromper-se, a medida que afloram a mediocridade, e a pedância autocrática. Amoêdo, sem dúvida, é um dos homens que mais prejudicam o partido neste momento, lançando-se em uma candidatura infrutífera à Presidência da República, consumindo recursos escassos, em favor da sua megalômana candidatura, e de seus pretensos governadores, esvaziando o seu poder de bancada, o mais crucial no momento.
  A sua candidatura a presidência, também atrapalhou, e muito, o projeto de partido. Atraindo para si toda a atenção, flertando para se apresentar em debates onde não acrescentava nada, apresentando, de forma esdrúxula e ridícula, a sua proposta aos mais pobres (quem não se lembra, daquele evento vexaminoso, onde Amoêdo apresentava uma proposta de "vouchers" para os mais pobres, e os moradores com aquela cara de WTF(?), e muitos diziam, se era de comer, ou, por que não falava em "bolsas de estudo". Os candidatos do partido, teriam tempo de rádio e TV muito reduzido, por isso, deveriam ter ido com tudo nas redes sociais, tal como fez o PSL/Bolsonaro. Mas não, preferiu bancar a sua campanha nababesca, centralizar o foco das atenções, investir no marketing pessoal, como se o NOVO fosse sua personal assistent, limitou o lançamento de bancadas onde houvesse cargos a nível executivo - um erro crasso, desperdício de dinheiro em candidatos inviáveis, com formação de bancadas magras ao longo do país - não arregimentou o "voto em candidato", trouxe votos ao partido. A estrutura do novo tornou-se cada vez mais vertical, autocrática, personalista, e inviabilizando a democracia interna, uma política pró-cúpula, contra o conjunto de valores e princípios que o formaram.


 Falha do novo, melhor para o PT! Tibieza e falta de planejamento marcaram a toda do suspiro aliviado do petismo.
  A falha na formação das bancadas do NOVO, é o principal problema a ser destacado. O fato de o partido ter focado em seus "executivos" - os resultados esdrúxulos em TODAS as disputas, com exceção de Zema em MG, mostra que a estratégia foi um erro - em detrimento dos legislativos, onde, de forma ridícula, o novo focou em só lançar candidaturas onde concorresse a governador, mostrou-se também um desprezo com a cultura e história do partido. O NOVO, sabendo que ia perder, deveria entrar com candidatos secundário ao governo em todas as disputas possíveis, e, onde não, colocar "coletivos" nas ruas para divulgar os candidatos. Estes governadores e "puxadores", espalhados em pouco mais de 18 a 20 Estados, abririam mão de suas candidaturas e usariam seu tempo de rádio e TV, bem como, seu poder de divulgação nas mídias sociais, para apresentar as idéias de seus parlamentares, suas bancadas, a formação de cada candidato, e o quanto que cada um poderia contribuir para o país, sendo "ficha limpa", tendo ideias novas, racionalizando e cortando gastos inúteis, mostrando que o fim de um Estado obeso, corrupto e corporativista, é a melhor solução para toda sorte de problemas e males que assolam o país. Mas, sem dúvida, o ego, as luzes da ribalta dos pretensos "governadores", falou mais alto. Rogério Chequer, membro do "Vem Pra Rua", e um completo desconhecido, vendeu a ideia de um "Davi contra Golias", se vendeu como alternativa para a "Era PSDB" em São Paulo, como "O Futuro", brigou para subir em palanques, desgastou-se com outros candidatos, abandonou a sua bancada legislativa as traças, usou recursos do partido para fins de autopromoção de imagem, mostrando-se a todos como uma espécie de "Durango Kid" na política, deu no que deu, 4 deputados estaduais eleitos e um 1º turno irrelevante. Marcelo Trindade, no Rio, era advogado e novato na política. Mais uma vez, caiu na falácia "daciolesca" de que iria arrasar nas eleições, consumiu muitos recursos próprios e do partidos, aumentou ainda mais o nível de antipatia de um eleitorado já reconhecidamente progressista e antiliberal, acumulou escândalos, entrerrou sua carreira política antes de começá-la, resultado, derrota fragorosa e dois "deputadinhos" - Poderiam ter segurado Bernardinho, pelo menos dentro do partido. -  Zema, em MG foi uma grande surpresa. Dono de uma financeira de "crédito fácil" aos pobres, autofinanciou praticamente TODA a campanha, tomou todos os holofotes para si e abusou das redes sociais e TV, resultado, praticamente eleito, com uma base parlamentar que mais parece uma bagunça, e apeenas três "deputadinhos". Toda a sequência de goverfakes que foram se afundando, aliado a bancadas magras e incipientes, este é o resultado do novo, cujo presidente, João Amoêdo, promete ser "o cara" em 2022. Este excesso de ufanismo e messianismo, de quem parecer querer, a todo custo, destruir o seu próximo, não deveria ser característica de quem promete ser "o novo" na política tradicional. Esta megalomania de querer construir governadores "campeões de votos" com bancadas pífias, de querer desbancar o PT-PSDB, que conhecem o eleitorado tradicional muito além da "favelinha da esquina", e da barraquinha de pastel do seu Zé, e com muito mais expertise e "bagagem eleitoral" que os "comedores de pêra" de suas cúpulas, este ar de "metidão", de quem construiu um "eldorado" liberal na "selva" latino-americana, esta empáfia, esta soberba de utilizar-se de um linguajar rebuscado, de academia, ante um povo humilde, não me surpreenderia uma "porrada" daquelas em 2022. Vale lembrar, que o NOVO, por muito pouco, ultrapassou a cláusula de barreira para este ano, bem magra por sinal. No próximo pleito, 2022, o "sarrafo" será bem maior, teremos PT, PSL, PSDB e PSB bem competitivos, uma dinâmica política e econômica beem diferente, partidos pequenos sendo ESTRAÇALHADOS pela máquina de moer dos maiores, o fim das coligações proporcionais, com consequente gigantíase das grandes bancadas, predação do tempo de rádio e TV, uma revoada de gafanhotos nas redes sociais, deputados "dando a vida" pelo "quadriênio salvador", e, neste cenário, quero ver as desculpas debochadas e esfarrapadas do NOVO e seus líderes, quando o sarrafo "quebrar seus joelhos" em 2022. Vale lembrar que a cláusula de barreia, além do Fundo Partidário e Tempo de Rádio e TV, que o mesmo diz não precisar, irá esmagar também, o poder de deliberação dos parlamentares limados este ano. A revigoração do artigo 13 da Lei dos Partidos Políticos, em função da EC 97, aliada a duras reformas regimentais a serem aprovadas nos anos seguintes, reduzirão os desafortunados ao mero direito de voz e voto, sem maiores considerações funcionais, e assim poderá acabar o novo, como mais um "think thank" disfarçado de partido político, sob a aba do TSE. Enquanto os "gerentões-celebridades", continuam desfilando a sua pompa e arrogância por aí, comemorando seus 15 minutinhos de fama, e sua pífia bancada, os mega-partidos prometem vir com TUDO em 2022, tendo na sua futura barriga de aluguel liberal, uma importante moeda de troca.


O futuro do NOVO: Quando será que o partido irá acordar?
  De fato, é muito engraçado os discursos esdrúxulos que a cúpula do novo encampa, eleição após eleição. No fundo, é um partido que tenta, no médio a longo prazo, "suplantar" o PSDB. Seu líder, Amoêdo, mesmo com um desempenho absolutamente RIDÍCULO nas urnas, promete ser "o cara" para 2022. Chega a ser muito engraçado, o "shot de TANG", o homem da "onda-laranja", que só aparece junto ao eleitor médio a cada quatro anos. O novo quer introduzir métodos surreais na política, como, política de entrevista e seleção de candidatos, ignorando o potencial político e eleitoral dos mesmos, além, é claro, de ignorar o seu verdadeiro potencial, que, ao invés de fomentar bancadas consideráveis no congresso (em torno de 16-23 deputados federais, e 40-80 estaduais), pois potencial para isso tem, prefere uma política de ações estéreis, atrelando suas bancadas aos executivos, não liberando membros a apoiar candidatos, na Presidência e ao governo, com bagagens programático-ideológicas afins, não fomentando um ingresso massivo de novos filiados, lideranças novas, articuladores políticos experientes, que tenham conhecimento da realidade político-eleitoral brasileira, e possam elaborar planos eleitorais e de governo que sejam mais atraentes à realidade do cidadão local. O NOVO, nas próximas eleições, precisa ser mais agressivo, sem perder a essência, amealhando mais filiados, focando suas bancadas, deixando os cargos no executivo para segundo plano, fomentando lideranças liberais, apoiando reformas, coligando-se com partidos que tenham política programático-ideológica afim, no executivo, tendo militância, rejeitando os velhos caciques e a velha política. As futuras reformas eleitorais, prometem ser bastante cruéis com os partidos que não ultrapassarem a cláusula de barreira, ignorarem a nova política, e, por fim, o seu próprio potencial, e o poder das redes sociais. O público está cansado deste discursinho de ocasião, quer a resolução de seus problemas, o combate ao crime, um mundo onde a criação dos filhos, e o resultado de suas oportunidades no âmbito acadêmico-profissional, seja fruto somente de suas ações e escolhas ao longo da vida, e nunca de ingerência governamental.

  Por fim, manifesto uma preferência maior pela vertente LIVRES, desalojada do PSL, que mantem uma base suprapartidária - poderiam criar um partido, sem desperdiçar outros candidatos não-partidários filiados a causa - que possuem mais realismo político, conhecem melhor as dificuldades do cidadão médio local, entendem a necessidade de se estudar a viabilidade de eventuais candidaturas, fomentam o liberalismo, tem fóruns e eventos organizados, tratam a política de maneira séria, e não como um "problema de escritório", do tipo "que nos ouçam mais", oras "que os senhores se apresentem melhor ao seu eleitor".

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