sábado, 5 de fevereiro de 2011

Crise política no Egito: presidente no poder há 30 anos provoca a fúria de manifestantes e incendeiam as ruas.

  A eclosão da crise política no Egito já atingiu proporções catastróficas. Revoltados com o funesto continuísmo e com a relutância de um presidente de sair do poder,cargo que ocupa há cerca de 30 anos,manifestantes saíram as ruas promovendo protestos violentos e um verdadeiro festival de pancadaria,a polícia saiu das ruas e o exército responde com uma forte repressão,o que levou a morte de cerca de 150 pessoas. Manifestantes acusam o governo de libertar prisioneiros com o objetivo de espalhar o cãos e justificar a presença das forças de segurançã nas ruas. A crise política no Egito já está ameaçando a estabilidade política em muitos países,e pode produzir um efeito dominó que culminará numa drástica alteração do cenário político mundial,e esperar para ver... mais informações nos tópicos abaixo: (fonte)












Efeito dominó: Crise chegou no Egito por meio de países vizinhos,e ameaça se alastrar por todo o mundo árabe.
  A onda de protestos começou na Tunísia,em 17 de dezembro,numa violenta onda de protestos,o presidente tunisiano deixou o país em 14 de janeiro,no dia 4 de janeiro,uma onda de protestos sacudiu a Argélia,que deixou 5 mortos,no dia 14 de janeiro,começaram os distúrbios na Jordânia,no dia 17,distúrbios violentos sacudiram as ruas de Omã,em protesto contra a corrupção naquele país,e,naquele mesmo dia,um homem ateou fogo ao próprio corpo na Mauritânia,no dia 25 de janeiro estoura a crise no Egito,e no dia 27,no Iêmen,manifestantes foram as ruas pedindo novas eleições (fonte). Os distúrbios estão crescendo como uma espécie de efeito dominó,e vários governos árabes já estão ameaçados,mas,afinal de contas,o que levou a população desses países a uma reação tão brusca e repentina? A resposta está num fenômeno que passou até então desapercebido,A INTERNET,nela,usuários trocavam informações e combinavam a data dos protestos,e escolheram a ocasião devido ao seu significado simbólico,30 ANOS,e para com o objetivo de dar um BASTA e exigir mudanças ( El Coronel Chavo nón sabe o que lle espera!!). O Egito é uma ditadura financiada e mantida pelos E.U.A,ISSO É FATO,e agora a Terra do Tio Sam vai ter que fazer uma revisão profunda na sua política externa,pois a paciência da comunidade internacional já está se esgotando. Seja como for,é cedo demais para se anunciar o fim da era dos ditadores,pois,no mundo,ainda existem muitos governos autoritários que não são necessariamente de exceção.






Entenda a crise no mundo árabe: A região que pode ser considerada a mais turbulenta do mundo fez desmoronar uma velha estrutura política.
  É fato que,especialistas na área política,jamais poderiam prever a eclosão de um movimento tão feroz de revolta política,o que pode ser preocupante,mas,o mais inesperado,eram em regiões conhecidas por serem tão acomodadas com o domínio de déspotas e ditadores que transformaram o país,literalmente,numa extensão de suas próprias mansões. O que aconteceu. Bom,vale lembrar que o Oriente Médio,principalmente os países árabes,é uma das regiões mais instáveis do mundo,e o frágil governo de muitos desses ditadores se devem a um excuso e complexo sistema de alianças que o governante e grupos distintos fazem para se manterem no poder (Vale lembrar que os Saud,família real saudita,só conseguiram manter o seu poder de monarquia absoluta graças a sua complexa habilidade em formar alianças em torno de si,e apoiada pelos E.U.A,e isso faz toda a diferença...),depois disso,a manutenção o poder se deve a um único e importante fator de cooptação,o velho PC (porrada e cadeia). Só que a população já está de saco cheio desse sistema medieval de alianças,e foram as ruas exigirem um governo genuinamente cidadão,sem a intermediação de líderes tribais,do exército e figurões dos partidos manda-chuva do país. O principal risco de se dissolver esse fragil sistema político está no fato de isso vir a colocar o país sobre um grave risco: O AVANÇO DO EXTREMISMO. Vale lembrar que líderes extremistas islâmicos (aqueles que são capazes de submeter sua população a atos e leis brutais como essas; ver aqui,aqui e aqui) são uma ameaça não só para os seus países,como também para o mundo,pois eles pregam que o mundo inteiro deve ser reduzido a Umma,a Comunidade Única Muçulmana,com um califa único que governe o planeta inteiro,que vive em luxo e opulência,indiferente ao brutal sofrimento do povo,que vive debaixo de leis que beiram ao extremo da animalidade. E que,o conceito democracia (Governo do Povo) se resume apenas a vontade popular,ou seja,pela opinião dominante dos mais de 50% dos votantes,isso significa,que,na futura Eurábia,se 65% da população votar pela aprovação de tais leis,elas passam a valer,sendo praticamente impossível garantir aos demais qualquer espécie de neutralidade. Prova disso é o Iraque e Afeganistão,países cujos novos governos são frágeis demais para se manterem por conta própria,dependerão eternamente da tutela norte-americana,o que não será possível,porque,mais cedo ou mais tarde,esses próprios países virão a entrar em colapso,devido ao agravamento cada vez maior da crise,e da insustentabilidade do futuro governo,que perderá sua maioria secular e tornar-se-á mais alinhado com repúblicas caudilhescas e autocráticas,devido ao fenômeno da maioria afro-hispânica. Lembre-se de que democracia é 50%+1,qualquer grupo político que tenha tal apoio pode alterar leis civis e políticas e preparar o terreno para mudanças mais drásticas,como na constituição e na forma federativa do Estado,quando tais forças se somarem em 2/3. A República como nós conhecemos,não tem nada a ver com democracia,pois todo povo pode,livremente,escolher a sua própria forma de governo,de acordo com os princípios da democracia,o modelo republicano como nós o conhecemos foi inventado pelos burgueses revolucionários da França pós-1789. Existem muitas ditaduras que são Repúblicas: Argélia,Venezuela,Bolívia e Equador não me deixam mentir. Seja como for,um novo cenário político global se redesenha,e o  Fim da História não virá de acordo com as teorias de Fukuyama.








Novo Cenário político global: Crise política no Egito pode mudar a história do mundo árabe.
  Para quem não sabe,os atuais países que existem hoje no Oriente Médio são resultado do Tratado de Sèvres,que dividiu as ex-províncias otomanas entre Inglaterra e França e originou ex-províncias otomanas colonizadas que se transformaram em países: Síria,Líbano,Iraque,Jordânia,etc... tais fronteiras ainda não são fixas e ainda há um grande litígio entre os Estados-Membros,por isso,elas podem ser alteradas. Outro grande problema no Oriente Médio é o avanço do extremismo islâmico na região. Vale lembrar que essa região é a mais instável do planeta,e que só consegue manter os seus governos graças ao frágil sistema de alianças políticas patrocinado pela comunidade internacional. Por isso o avanço dos radicais é tão preocuante,uma vez,que,ao tomar um determinado grupo de países,fica praticamente impossível impedir uma pulverização total,dado a habilidade e a fácil cooptação de correntes simpatizantes aos mesmos. Para a Europa isso é preocupante,uma vez que o elevado número de muçulmanos na região pode facilmente criar uma ponte-de-ligação entre o continente europeu e os países conquistados,como também financiar revoltas em outros países. A preocupação de Mubarak quanto a ascensão de radicais faz sentido. No Iraque,a queda de Saddam Hussein produziu um governo frágil,no Paquistão,a saída de Musharraf produziu um governo frágil,liderado pelo viúvo da ex-primeira ministra Benazir Bhutto,fortemente atacado por rebeldes e morbidamente dependente da ajuda norte-americana. Na Jordânia,opositores islamitas pedem a renúncia do novo primeiro-ministro Marouf Al-Bakhit,devido ao seu sionismo e sua diplomacia Pró-EUA,a mesma do rei,Abdullah II. No Iêmen e em Omã,onde atuam celulas fortemente ativas da Al-Qaeda e grupos radicais islâmicos,a formação de um novo governo é instável e incerta,pois radicais poderiam facilmente sabotar o processo de transição e tomar o poder. O pior cenário a ser imaginado é o de um punhado de países,governados por extremistas islâmicos,com bilhões em reserva petrolífera e acesso a um dos maiores arsenais militares do planeta (algo que pode ocorrer se os E.U.A,muito dificilmente,e/ou a Rússia,é bem capaz,forem islamizados até o final desse século),nesse cenário as repúblicas livres e democráticas se pulverizariam e o mundo seria controlado por governantes autoritários,teocratas,populistas e arbitrários,retransformando a justiça num apêndice de sua vontade,como era no Império Romano. Seja como for,é preciso construir uma nova política no Oriente Médio e promover as reformas econômicas e sociais necessárias para melhorar as condições de vida da população local,com ou sem esse frágil sistema de alianças,desde que os radicais fiquem bem longe desse processo,de preferência na casa dos aiatolás-"comedor"-de-criancinha.








  Seja como for,esse novo desdobramento político no Oriente Médio deve ser olhado com mais preocupação do que com felicidade,uma vez que,não basta pensar o novo governo agora,é preciso pensar daqui para frente também,até porque,a trágica e belicista política americana contra o terror,de Bush,acabou por pulveriza-lo a nível global e a produzir um distanciamento ainda maior entre cristãos e muçulmanos. Creio queo melhor lado é o da prudência,pois,no Oriente Médio,e digo isso pelo conhecimento que eu tenho,quando você apóia uma vertente,e despreza completamente a outra,você perde o controle sobre ambas,é assim que as coisas funcionam... É PRECISO PENSAR!

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