sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Manifesto NCB: Uma nova alternativa para o cinema do Brasil!

De uns tempos para cá, desde a retomada do cinema brasileiro, por meio da Lei Rouanet, em 1993, e, nos estertores da extinção da Embrafilmes - Monstrengo estatal de gorduroso e nebuloso orçamento - a ter sua morte decretada por Fernando Collor, em 1991, o cinema brasileiro sofre por ter uma viciada e enviesada fórmula de produção e distribuição, onde, o agente público é responsável, por, via famosa "canetada", decidir quais são os projetos qualificados, para, via renúncia fiscal, receber os investimentos necessários, para a produção e execução do mesmo. Vítima de governos, sucedânea e manifestamente "progressistas", vimos a proliferação de um verdadeiro show de horrores nas telonas brasileiras, com uma baciada de filmes, regadas a sexo, drogas, favela, prostituição, futilidades da agenda de esquerda, crimes e "crítica social". Esta agenda fechada, voltada apenas para públicos de nicho e específicos, somada a dispensa, e ao desmerecimento, de quaisquer necessidades de contra-partida junto ao "proprietário do contra-cheque", o pacato espectador, gera um completo descolamento da realidade, onde salas inteiras funcionam entre os mosquitos, e filmes blockbusters esgotam-se rapidamente, com grande público. Soma-se a isso, uma precária "cota de conteúdo obrigatório", que força os cinemas a exibir uma quantidade mínima de filmes nacionais, preferindo pagar a multa a exibí-los, ou então, procurar os já saturados veículos de radiodifusão, que criam versões pasteurizadas de seus maiores "sucessos" televisivos, repetidos ad nauseum, entre diversos canais de um mesmo grupo, ou, quando não, lançam seus próprios "cineastas", atores medíocres e semi-profissionais, que se utilizam de sua agenda política/intelectual, como meio de mascarar a desprezível relevância de suas obras, uma quase "licença" para trabalhar, que dispensa o espaço a ser reservado a atores e atrizes de grande talento, que são desperdiçados em novelas melosas, de conteúdo raso, e séries de gosto duvidoso - E também, uma excelente moeda de troca político-eleitoral - um benefício criminoso para ambos os lados, que não o consumidor, e os artistas de maiores talentos ou destreza.
 O Manifesto pelo Novo Cinema Brasileiro, ou Manifesto NCB, é um movimento que clama por profundas transformações no cinema nacional, que o aproxime do espectador, crie diferentes modelos para diferentes tipos de público, dê espaço para que atores/atrizes renomados tenham o seu espaço merecido, bem como, reduza a dependência do Estado, este antro de burocratas e parasitas. Esses são os objetivos a serem apresentados no nosso manifesto, o qual seria exibido abaixo:




1 - Multiplicar as formas de financiamento. Só algumas a título oneroso.
 A produção cinematográfica em geral, e, também, no Brasil, pode recorrer a diversas formas de financiamento, mas muito poucas a título oneroso, onde o agente repassador, ou intermediador dos recursos - neste caso, o governo - oferece recursos financeiros a fundo perdido, sem garantia de retorno. A grosso modo, um filme pode ser feito de três maneiras: por meio de recursos próprios, a fundo perdido, do agente intermediador, tanto para o produtor, quanto para o patrocinador/produtor, em um sistema de partilha, com cada um repartindo os custos e responsabilidades, ou, pela via indireta/empréstimo, onde o agente repassa os recursos diretamente, sob certas condições, de modo a obter garantia de retorno sobre o capital investido, como se empréstimo em banco fosse, só que com normas mais flexíveis, sob pena de se inviabilizar o projeto. Somente a primeira é pela via onerosa, o que é aplicado em praticamente todas as formas de financiamento do país, uma vez que o FICART, única forma de financiamento que tem, em seu bojo, o sistema de partilha, é tão engessado no ordenamento jurídico nacional, que se tornou praticamente inviável no país. O Brasil deverá recorrer a formas diversas de financiamento, com perfis diferentes de público. Somente poderão recorrer ao FNC (Fundo Nacional da Cultura), e Fundos de Fomento ao Cinema Independente, projetos que não tenham finalidade lucrativa, bem como, cuja renda dos produtores e atores, não supere o teto do funcionalismo público nacional. Todos os demais programas funcionariam em sistema de partilha, onde, em troca de um determinado volume de pagamento sobre o volume aportado (seguro), que garante um ressarcimento proporcional ao volume de bilheteria arrecadado nos cinemas, e um seguro operacional/adicional, para garantir os custos e riscos da produção, no caso de uma eventual contingência (greve, desastres naturais, incêndios, assaltos, etc...). O governo também incentivará a prática de campanhas voluntárias de arrecadação na internet(crownfounding), recolhendo um percentual do valor arrecado, e dando ampla autonomia ao produtor, sobre a melhor forma de produzir e divulgar a sua obra.



2 - Imprimir um novo modo de ser, de identidade, de fazer cinema..
 Antes de copiar o cinema americano e o europeu, o brasileiro deve constituir um "DNA", a sua própria forma de fazer cinema, mas qual? Antes de mais nada, é preciso reconhecer que o conceito de "brasilidade", aquele que define o país como um conjunto de identidades unas, metafísicas, política e socialmente pré-concebidas e estabelecidas, a questão do "social", e manifestações que de "populares" não tem nada, mas não passam de imposições de nichos barulhentos, é, antes de mais nada, uma forma grosseira e cínica, de se compreender a imensa complexidade, grandeza e heterogeneidade de nosso país. Conceitos "genéricos" como samba, futebol, carnaval, favela, mulher-pelada, violência, o "social", as "reflexões", no tocante as supostas injustiças do cotidiano, enfim, tudo isso, é vago, e simplório demais para nos definir-nos enquanto nação, visto que não se espera um reducionismo tão grande, de um país que detém a quinta maior grandeza territorial e populacional do planeta, é carro-chefe nas exportações de diversos gêneros alimentícios de primeira necessidade, amplamente miscigenado e regionalizado, bem como, possui uma frieza, e total descolamento de nossa classe política, que é ímpar, e sui generis, em todo o globo. O conceito de "brasilidade", por impróprio, deve ser substituído pelo de "multilateralidade", de "pluri-regionalidade", de convívio e tolerância entre diferentes a seu modo, de uma sociedade que reforça a essência do liberalismo entre os seus membros, ante um estado inchado e opressor, que lhe retribui com impostos e regulamentações escorchantes, privilégios injustos, um sistema eleitoral feito mais para confundir do que para explicar, uma legislação enviesada, um judiciário ineficiente, uma classe artística "engajada", mas predominantemente mediana, e finalmente, que vê o pior preconceito, como aquele refletido contra si próprio, os seus valores. O cinema deve ajustar-se as realidades sociais e regionais de cada local, tentar explicar menos, e entreter mais, valorizar a livre-iniciativa, banir o coitadismo, punir a mediocridade com a indiferença, defender as instituições, e não uma "gangorra de maldades", onde a atuação das mesmas devem se moldar aos interesses de A e B, uma justiça igual para todos, mas um sistema que valoriza as oportunidades pelo méritos, não endossem teses de vigaristas, ao estilo de "todos podem", ignorando os superdotados, as pessoas de talento único e renomado, os gênios e aqueles que desenvolveram trabalhos aclamados de uma vida, não negociem sua dignidade, paguem o preço, e mostre, que no Brasil do futuro, os canalhas não tem vez!!     O Brasil é um país único e diverso, a cada cidade, a cada bairro, a cada região, a cada cidade, Estado ou Região Geográfica, boa parte dos seus valores republicanos e federativos, foram forjados pelo Império, mas se perderam com o tempo. Dos nossos pais fundadores, pouco se lê, endossamos bobagens de fora, aprendemos a rir de nós mesmos. Iniciativas próprias, a cada local, mudam a vida de muita gente, convivemos relativamente bem entre si, em comum, muitos de nós odiamos o Rio de Janeiro, e, de forma alguma, podemos permitir que uma minoria barulhenta evoque para si o direito de nos representar. O bom cinema respeita estas identidades, explora elementos próprios da nossa cultura, respeita a liberdade religiosa, não promovendo discriminação a nenhuma delas, trata a política de forma adulta, o "ser" e o "fazer" de nossa política, os valores de nossos "pais fundadores", nossas grandes personalidades, e ações que fazem de a diferença, este deve ser o nosso modo de fazer cinema.



3 - O Cinema Comercial também terá seu espaço, mas existem outras formas de divulgar filmes que precisam ser valorizadas!
 Ao cinema comercial, é atribuído muitas críticas, algumas delas até mesmo injusta, como, as de que fomentam e promovem a ignorância, não discutem questões com grande profundidade, concentram capital e renda, tiram o trabalho de grandes artistas, entre outros. O que é preciso dizer, com relação aos filmes comerciais, é que eles são simples produtos do entretenimento, cujo único objetivo é lucrar. O sistema de franquias, produções com grandes orçamentos, e em elevada escala, é apenas um mecanismo instituído, com a finalidade de se manter a sustentabilidade do negócio, o qual, como reiteradamente já dissemos, visa lucros. O que é preciso, é que, além destas, sejam desenvolvidas outras formas de cinema, de modo a atender todos os tipos de gostos e públicos.
 O Cinema Comercial, a ser desenvolvido por veículo de radio-teledifusão, visa a divulgação, promoção e desenvolvimento dos programas, a serem criados pela própria emissora, bem como, lançar linhas próprias, como desdobramento de histórias principais. O cinema comercial é não-oneroso, visa remuneração, e, por isso, além de recursos próprios, e acessos as salas convencionais, e, com recursos próprios, ou de captação via governos, com parte dos recursos retidos para fins de seguro-depósito, ou patrocínio direto, por entidade não-coligada/controlada, como se verba de patrocínio fosse, este filme teria, então, acesso as salas de cinema convencionais, destinadas a transmitir este tipo de conteúdo. Outro tipo de cinema que existe em nosso país, embora por menos valorizado, é o cinema autêntico/autoral, o qual consiste em filmes não-vinculados a veículo de radiodifusão, produzido por autores e artistas criativamente independentes, os quais sustentam as suas obras com recursos públicos, via captação nacional, e transmitem o seu conteúdo em cinemas próprios, ou sessões especiais do próprio cinema. Este tipo de cinema, trata dos valores citados no item acima, mas, principalmente, devem ser produzidos por artistas renomados, notáveis promessas, além de ter bons roteiros, boa direção, boa estrutura, bem como, ignorar agendas casuísticas, políticas e ideológicas. O cinema autoral, com tudo, não tem finalidade lucrativa, mas deve ter o propósito de apresentar um bom produto, bem como, utilizar-se de formas inteligentes de dedução fiscal.
 O cinema independente/alternativo, é uma forma de cinema cuja ótica de produção e distribuição foge das demais. Enquanto nos dois primeiros, falamos de um conteúdo que não foge muito do "convencional", neste modelo, dialogamos diretamente com perspectivas diferenciadas e próprias de cada autor que os cria, sendo este um político, um filósofo, um questionador, um estudante criativo, enfim, ou um "autor", ou alguém que pense "fora da caixa". Muitas são as definições de nuances e distinções, entre cinema independente e cinema alternativo. Pela perspectiva deste manifesto, cinema independente, é todo aquele que utiliza uma linguagem forte, diferenciada, focada em complexidades e excentricidades próprias, que fogem da perspectiva do cidadão comum. Como sugere a sua definição homônima, este tipo de cinema deve ser operado exclusivamente com recursos do próprio autor, ou, mediante um sistema de deduções fiscais especial, que fogem do processo tradicional. O cinema alternativo, por sua vez, pode ter caráter autoral, ou estar vinculado a veículo de radiodifusão, mas, em essência, o que diferencia um do outro, é, sem dúvida, a perspectiva de "desligamento" do cinema alternativo, onde o autor é desafiado a criar uma obra "nova", fruto de suas idéias, experiências, conhecimentos, pensamentos, perspectivas, seduções e frustrações, obra no qual a densidade e a complexidade são os fatores menos relevantes, desligados o máximo possível de obras autorais conhecidas, permitida a auto-referência entre estes gêneros. O uso de quebra-cabeças inteligentes, exploração das entrelinhas dos fatos, o uso destacado da lógica e da matemática, personagens densos e misteriosos, cenários de suspense, a suspeição do tempo e do espaço, a exploração, de modo próprio, das emoções, este é o objetivo do cinema independente; cenários áureos e dispersos, personagens autorais, em um modo de vida tipicamente próprio, irrelevância das emoções, apelo a locais fictícios, reinos ulteriores e períodos imemoriais, o autismo de obras anteriores, exploração de questões políticas, sociais e filosóficas mais sob a ótica de terceira pessoa, este é o objetivo do cinema alternativo. Ambos os tipos de cinemas podem conviver, mas podem existir salas para cada um. Destinados a sobreviver, estudantes universitários podem propor projetos a um coordenados de suas instituições, que os submetem para captação, valorizar-se o uso de recursos próprios, bem como, da dedução fiscal via projetos próprios, que valorizem e a qualidade e evitem uma elevada dispersão do projeto. O cinema alternativo, por sua vez, valoriza os recursos próprios do autor, bem como, a existência de recursos que não sejam oriundos, somente de captação oficial. Empregados podem submeter o projetos às empresas, ignorado no cinema independente, bem como, pessoas com histórias para contar submetem abaixo-assinado via internet. Os filmes são divulgados ao público em geral, por meio do Streaming e Home-Video, as salas de cinemas são menores, e as entradas costumam ser mais caras. Elementos temáticos enfeitam as dependências da instituição, uma forma diferente de apresentar o conteúdo ao público.
 Por fim, o crownfounding, forma muito popular de arrecadação nos dias atuais, a popular "vaquinha", também deve ser contemplada como meio de produção e distribuição de filmes. Nessa modalidade, será recolhido um imposto único, cerca de 30-40% do valor do mesmo, com finalidade lucrativa, e por conta e risco do produtor, sendo este imune aos demais tributos, com distribuição proporcional aos demais entes federativos. A "imunidade" poderá ser concedida tão logo se complete a campanha de arrecadação, ou então, tão logo se inicie o processo de pré-produção, tão logo se inicie o processo de análise e classificação pelo Ministério da Justiça. Além de aprovar a captação do projeto, o mesmo lhe confere uma classificação indicativa, confere se não há cenas ou conteúdo contrario a lei, bem como, autorizar, por fim, a captação. O filme deverá ser produzido exclusivamente com o valor até então arrecadado, e, aditamentos serão permitidos, mas somente em último caso. Tão logo o filme seja finalizado, caberá ao produtor definir o tipo de mídia a ser usada (DVD, cinema, festival, exibição doméstica, etc..), os custos e política de produção, cuidados com o acervo, ou em quem ele será confiado. Tão logo seja exibido, e o seu ciclo de divulgação expirado, caberá a própria Receita Federal o dever de prestar contas. O tema do filme fica a gosto do produtor, cabendo ao Poder Público podar excessos. E, por fim, existe aquilo que podemos chamar de social crownfounding, sistema de produção onde o autor da "vaquinha" não almeja finalidade lucrativa, e este deverá ter finalidade social, bem como, se enquadrar nos critérios sociais presentes nos demais projetos.


4- Valorizar o público: Cada tipo de público para cada tipo de obra.
 Mais do que valorizar uma obra pela forma como foi feita, é preciso valorizar o público para o qual ela se destina. O tipo de público a ser alcançado, deve ser definido pela modalidade de conteúdo a ser produzida. O cinema comercial, sempre terá as salas convencionais, destinada a um tipo de conteúdo, construído sob determinadas fórmulas, e destinado ao consumidor tido como "normal", aquele que está disposto a pagar um preço razoável, para ver o seu herói da TV/Cinema, ator, ou história favorita. O cinema tido como "comercial" visa lucro, e, portanto, se alinha com modalidades de financiamento onde os ganhos e riscos do negócios, são divididos entre financiador-produtor, nesse caso, o Poder Público, proporcionalmente ao retorno financeiro esperado, num determinado período de tempo, com bônus para as maiores, e devolução inversamente proporcional ao faturamento, no caso das menores. As redes de radiodifusão devem liberar seus atores com contratos, para atuações em filmes e séries nacionais, de empresas de comunicação com sede no exterior.
 Os filmes de caráter independente/alternativo, têm por base um público, em geral, com maior nível de educação e instrução, costumam desprezar obras muito "convencionais", e querem algo novo/diferenciado. Por isso, as linhas voltadas a este tipo de financiamento levam em conta, o fato de que se trata de um filme de difícil retorno financeiro, voltada a um público específico, bem como, terá um número mais restrito e variável de espectadores, dado o custo maior envolvido, e a abundante oferta de serviços de Streaming, como, por exemplo, o Netflix. Com salas menores, com menos cadeiras, um custo por entrada relativamente alto, maior dificuldade de acesso propiciada pela rarefeita demanda, o que torna mais comum sua exibição em cinemas localizados nas regiões menos abastadas da cidade, bem como, jornadas e festivais em cidades pequenas, dedicação e paciência é um lema para aqueles que desejam se aventurar pelo "mundo do desconhecido". As dependências dos locais de exibição, devem possuir toda uma temática, que lembre obras, cenas e idéias destacadas nos filmes, como suspense, policial, terror, natureza, investigações, mistérios, etc.. Outra ligação, e muito importante, a ser preservada neste "gap", é a ligação profunda com o mundo do teatro e das universidades. Atores e atrizes, devem ser "extraídos" de dentro destes locais, por meio de projetos inteligentes, aprovados por comissão competente, e, em seguida, submetidos a captação, feitos, principalmente, pelos próprios alunos, mas também professores. As instituições de ensino, principalmente superior, devem ser estimuladas a promover estes festivais, tanto estes, quanto outros, na modalidade "crownfounding". Seja por meio de doações voluntárias dos cidadãos, seja por programas especiais de fomento a cultura, voltado para a divulgação deste tipo de conteúdo, o engajamento estudantil, para fins de promover o cinema nacional, deve ser uma prática bem-vinda. Quanto aos filmes na modalidade "crownfounding" convencional, visando lucro, poderá haver a existência de salas criadas para este fim, dentro das próprias universidades, em eventos, festivais ou espaços próprios da instituição, cinemas próprios, ou em ambientes domésticos, cabendo ao poder concedente autorizar e classificar a obra, e, na minuta de análise, o produtor deve definir o local de exibição, o período presumido de tempo, calculado sob critérios razoáveis, o público a que se destina, os recursos empregados, bem como, efetiva prestação de contas dos recursos arrecadados. O Home Video também pode ser uma forma de divulgação do conteúdo dos filmes produzidos, como sites de streaming e plataformas específicas, criadas para este tipo de conteúdo, bem como, este conteúdo poderá ser apresentado, via mídia física, em feiras, eventos e festivais próprios, criados para este fim, com distribuição de autógrafos dos principais atores, bem como, distribuição de presentes.



5 - Valorização dos autores, e políticas decentes de fomento a co-produção: O cinema brasileiro se comunicando para fora.
 O acúmulo de obras e produções Made in Brazil, sempre apelando para temas batidos, como sexo, drogas, favelas, futebol, carnaval, o "social", desperdiçando o talento de grandes e renomados artistas com obras medíocres, a orientação da classe artística e produtores brasileiros, movida por agendas que destoam muito do público em geral, e que mais servem as pretensões de nichos totalitários, é algo que, cada vez mais, cria um abismo entre o público e a classe artística, a ponto de ambos se posicionarem de maneira diametralmente oposta. É preciso se criar um novo modo de "pensar" e "fazer" cinema, não apenas em conteúdo, mas também, em estrutura de formação. O cinema nacional deve escolher atores, dentre aqueles que se destacam, e mais tem potencial e capacidades de se desenvolver em sua profissão. Constituir cursos de artes, e dança, de nada funciona, uma vez que cria demanda ociosa, ante uma oferta reprimida, além de gerar sérias e inúmeras distorções no mercado. O "chão de fábrica", a questão principal de todo o negócio, é constituir escolas de base para artistas, de onde serão extraídos talentos de todos os extratos sociais, dentre testes e avaliações a serem instituídas pelas próprias escolas participantes. Tendo-se por ênfase as ciências humanas, os testes que envolvem este tipo de profissão, devem abranger, história da literatura e das artes, mundial e de temas e países regiões específicos, testes em teledramaturgia/teatro, redações envolvendo a área de ciências humanas, provas com foco na dissertação atinente e criativa, produção de vídeos inteligentes, comunicação e assessoria, no trabalho e externa, entre outros. Estes profissionais poderiam ser direcionados para filmes de grande relevância ao seu público, e a crítica, obras premiadas em emissoras de radiodifusão, abertas e fechadas, no Brasil e no exterior. Quanto aos demais artistas, estes poderiam ser distribuídos para as programações mais ordinárias da TV, filmes populares, programas de sub-celebridades, reality e game shows, especiais de Natal e afins.
 A estrutura do "fazer" cinema, também deve ser radicalmente alterada. A vulgar e batida "película amadora", e o seu insuportável "som de banheiro", deverá desaparecer definitivamente da tela do cinema e da TV. Os roteiros são muito batidos e ruins, sendo necessária a reconstrução de toda a estrutura de planejamento e roteirização. Os roteiristas deverão levar em conta a sinopse do filme, os valores, e a cultura, a ser retratado no local, o objetivo de cada personagem, os conflitos existentes, o "modo de fazer", de diretores e artistas, a coerência da história, que deve ter começo meio e fim, o enxugamento de palavrões, e outras expressões chulas, o público a que se destina, o modo de escrita exigido pelo filme, a plausibilidade e necessidade de efeitos especiais, bem como, a retração da comicidade a filmes afins. Este manifesto, portanto, propõe a migração de membros da equipe de assessoria artística, de talentos, de cada artista renomado, para equipe de roteirização destes, junto com estudantes universitários, com bom desempenho escolar, formação na área de ciências humanas, e boa escrita. Os diretores brasileiros, acostumaram-se com uma política de "filme sem público", onde, tão logo embolsava as "verbas de captação" da lei de incentivo, acomodavam-se, no alto de seus apartamentos luxuosos, na Barra da Tijuca e nos Jardins, bem como, suas romantiques viagens a Paris, sentavam sobre o resultado de suas obras, independentemente destas terem retorno ou não, pois o importante, era obedecer a uma cartilha ideológica, de cima para baixo, sem qualquer eco junto a sociedade, não obstante, os inúmeros prejuízos e remunerações absurdas retidas pelo proponente, bem como, uma explícita e notória corrupção. Devem ser convidados para diretores, os melhores e mais renomados artistas do país, que poderão marcar a sua obra, com suas características, pensamento, modo de fazer, valores. Estes, poderão ser assessorados por um diretor mais experiente, produtor, escritor-chefe, ou um diretor executivo, auxiliando, e complementando em algumas partes que não puderem ser devidamente bem preenchidas pelo mesmo, e, enfim, tudo isso para se formar uma obra, que deverá ter qualidade, imprimir um "selo" próprio do autor, algo que defina que foi ele que fez. A história a ser montada pelo diretor, deve ser definida pelo produtor, ou, case este acumule ambas as funções, o trabalho deve ser preferencialmente complementado por um diretor-executivo, o qual pode ser da equipe do própria artista, cargo imediatamente abaixo dele, o qual deverá auxiliá-lo com trâmites burocráticos, vinculação da obra com o público-alvo, estrutura de texto e roteiro, orientando sua continuidade e plausibilidade, orientações de produção empresarial, local, regional, início e estrutura de gravação, etc.. O diretor, também, deve orientar-se por uma sequência regular de filmes, de modo a ter um ritmo de trabalho sempre constante, devendo, para isso, a sociedade e os agentes competentes, moverem-se para promover uma estrutura de produção, marketing e divulgação, que mantenham a sustentabilidade da mesma. E, por fim, temos a figura do produtor, que pode ser um artista, diretor, ou então, alguém que quer apenas fazer um filme. Para propor uma obra, ele deverá definir o tipo de obra que deseja realizar, o público a que se destina, a modalidade de financiamento, a forma de divulgação/distribuição, o orçamento envolvido, bem como, prestação de contas quanto aos projetos já aprovados. Um produtor mais independente, pode constituir um assessor especial, responsável por esta parte mais chata, e, no caso de um também diretor, esta parte pode ser dividida com um produtor executivo. A estrutura de formação de talentos, também poderá ser complementada, por um programa de formação e estímulo, que incentive artistas de renomada reputação, e grandes prêmios internacionais, a serem professores, lecionarem e ensinarem em sua respectiva área de atuação, ligada as ciências humanas, dentre as quais, literatura, interpretação, psicologia, suporte e assessoria, motivacional, e de mídias sociais, na forma de planos de carreira decentes.
 Por fim, o Brasil deverá apoiar um sistema decente de co-produção com outros países. O sistema atual é muito fechado, focado em temas vagos, e movido, muitas vezes, por uma agenda político-ideológica. O novo sistema de co-produção deve focar em modelos e convênios estabelecidos pelo país, que privilegiem a regionalização da produção nacional, tramas interessantes com artistas renomados, promoção de novos talentos, divulgação de obras aclamadas pelo público e pela crítica, troca e intercâmbio de experiências, atração de investimentos diretos e indiretos para ambos os países, desenvolvimento do cinema nacional, bem como, promoção e divulgação do nome no Brasil e no exterior. Estes filmes deverão ser deslocados, prioritariamente, para pacotes de canais premium de programadoras audiovisuais, do Brasil e do exterior, bem como, haverá a criação de "marcas", modelos e selos de co-produção, de modo a orientar o tipo de material a ser produzido, o público a que se destina, os elementos a serem introduzidos na trama, sua forma, história, bem como, o tipo de mensagem que busca trazer, sendo que, este processo, recomendamos, será acompanhado por órgãos de apoio e incentivo a cultura, ligados à sociedade civil, que formam, treinam, e incentivam os artistas a participarem, dando grandes contribuições ao valor da obra, imprimindo-lhe sua marcada, eternizando-a ao longo dos tempos. As co-produções poderão se dedicar a obras de caráter mais comercial, ou popular, embora, recomendemos, que seja minoria.
 A cultura brasileira deverá ser representada pelo seu caráter regional, atendo-se as questões e peculiaridades locais, ter uma boa história, com múltiplas fontes de financiamento, cada obra para um tipo de público, reformulação de toda a sua estrutura de base, maior participação da sociedade civil, combate a corrupção, bem como, repúdio a nichos ideológicos totalitários.



 E é assim, que o autor deste manifesto encerra o seu texto, esperando a implementação deste texto, na forma em que este se contém, obter o apoio máximo possível da sociedade, mudar a forma de fazer cinema, aumentar a participação da sociedade civil, coibir a corrupção e desvio de finalidade, bem como, aproximar o cinema brasileiro do grande público!

  Apoiem esta causa.

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